terça-feira, 30 de setembro de 2008

Tatuagem

Queria fazer uma tatuagem. Sempre quis. Mas queria algo que significasse algo. Já vi tantas tatuagens lindas disperdiçadas por serem feitas a toa. Em minha concepção, algo que vá ser marcado em alguém e para sempre deve ser algo que marcou aa vida da pessoa e para sempre. Falando assim parece óbvio, mas muita gente não vê algo tão simples e cai no erro de tatuar algo que dias depois já não tem nada a ver com ela. Seriam algumas pessoas voláteis? Ou será que o difícil é encontrar sua verdadeira identidade?

Minha idéia já vem de alguns anos. E nesses anos fiquei procurando o que me marcou a ponto de me ser marcado. Tive algumas idéias. Mas os poucos flashes de sensatez que me remanesceram me sugeriram esperar alguns (ou muitos) meses. Se a identificação com a idéia permanescesse eu faria. Bom... não tenho nenhuma tatuagem até hoje.

Procurei por temas pelos quais as pessoas que (dizem que) vêem em suas tatuagens a imagem de seus interiores refletidos utilizaram. Família, amigos, amores... Essas coisas que como resfriado todo mundo tem e os poucos não tiveram ainda vão ter. Mas como refriados, as pessoas em nossas vidas vêm e vão a todo momento. Achei melhor não arriscar. Um se cura com meia dúzia de comprimidos e muito suco e laranja. O outro já é um pouquinho mais complexo.

Lembrei então daquelas paixões que vêm de berço. Aquelas que seus pais te matricularam quando você tinha três anos, para você chegar cansado em casa e ir dormir cedo. Esportes, dança, teatro... Você pode amar até hoje. Mas como dizer ser sua p+rópria identidade algo que foi escolhido pra você quando ainda não tinha vontade própria? De novo, ainda não tenho tatuagem.

Descobri então que algumas pessoas usam suas tatuagens como terapia reversa, tal qual uma psicologia de homem-morcego. É uma fórmula bem simples na verdade e que parece (teoricamente) fazer muito sentido. Você tatua algo que te aflige, da qual você morre de medo só de pensar, seja ela qual for (e caso no dos medos de coisas abstratas, os desenhos podem se tornar verdadeiras obras de arte). Como você vai pegar afeição pela tatuagem, por silogia, vai pegar afeição por aquilo retratado, ou seja, por aquilo de que tem medo. E aí, quando a pessoa vê, não tem mais medo. Mas também desisti da idéia quando percebi que, se eu tatuasse meu maior medo e mim mesma, eu passaria uns bons meses me espancando diáriamente no mesmo local ao acordar, achando que tinha uma largatixa subindo em mim. Até eu me acostumar com a tatuagem, ela já teria sido removida por desgaste de superfície.

Por fim cheguei à última opção que encontrei: tatuar meus sentimentos, aquilo que circunda meus pensamentos. Uma forma de extravazá-los. Me pareceu perfeito a princípio. Mas com o turbilhão de sensações, emoções, conclusões e indagações que rodeiam minha mente desde sempre conturbada, eu bateria o homem-leopardo, o recordista mundial de tatuagens. Todo o meu corpo estaria preenchido... e ainda sim não teria posto pra fora (literamente) tudo que tem me consumido por dentro. Ao mesmo tempo, como preencher o lado de fora com a mesma coisa que me deixa vazia por dentro? Além disso, alguns sentimentos e pensamentos me são tão fortes que já estão mais exteriorizados através da minha expressão corporal e jeito de agir do que qualquer tatuagem mostraria. Minha busca pela tatuagem perfeita e inarrependível permaneceria inconclusa.

...É impressão minha ou vocês estão achando que eu vou morrer sem tatuagem?...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Não uso mais camisetas

Não uso mais camisetas!
Não quero mais ser a menina que você conheceu
Se o mundo deu voltas pra que eu te encontrasse
Deu mais uma volta e você me esqueceu

Não uso mais camisetas!
Pra que eu possa encontrar meu verdadeiro eu
Seria menina se ainda as usasse
Parei de as usar, a menina cresceu

Não uso mais camisetas!
Quero que o mundo veja a mulher que sou enfim
Pra, caso algum dia o amor me encontrasse,
Só depois dispertasse a menina em mim

domingo, 28 de setembro de 2008

O Quadro

Inspiração vinda de uma conversa com meu amigo Pedro... Que teve a conversa interrompida pra que eu pudesse vir aqui transcrever a minha inspiração. Obrigada pela paciência e pelos bem mais que cinco minutos de aguardo. =]

O Quadro

Em minha casa tem um quadro
Nele está meu coração
Grande e intenso retratado
Mas que encontrei caído no chão

Caiu e rachou-se na primeira ventania
Nem tão intensa, mas fraco era o prego
Um prego de boa marca não aguentou, quem diria?
Mas naquele prego eu insisto e não nego

Vou procurar outro prego, suporte ou cavalete
Sei que o quadro é bonito, e eu queria tanto
Mas martelo, martelo, e só acerto a parede
E o quadro aguardando, encostado num canto

Amores certos, destinos incertos

Coração Vazio Procura

Coração vazio procura.
Ocupação. Distração. Algo que preencha o vazio que ficou.

Daria um belo anúncio de jornal, não?
Daqueles que a pessoa escreve, mas "esquece" de por a forma de contato.

sábado, 27 de setembro de 2008

Tragi-Comédia

Baseado em fatos reais

Uma inspiraçao bate. Lembro que antes de sair de casa, atrasada como sempre, tive ainda tempo de por você, minha fiel companheira caneta, na bolsa. Dentre tantas possibilidades escolhi você para ficar ao meu lado. Agora durante meu trajeto, eu poderia, através de você, por pra fora todo os sentimentos que estavam guardados em mim, sem medo de ser feliz. Eu sabia que você estaria lá para me apoiar nesta tarefa. Um vendedor entra no ônibus e oferece várias opções de outras canetas, algumas até bem tentadoras, mas não penso duas vezes antes de recusá-las todas. Eu sabia que você estava ali e isso já me era suficiente. Outra poderia me deixar na mão quando eu mais precisasse. Você não.
Procuro por você então, e cheia de sentimentos tento, com você, desvendá-los. Mas eis a amarga surpresa do destino. Você falhou. Logo comigo?! Comigo que abri mão de todas aas outras por você sem pestanejar? Comigo que estava certa de que você nunca iria me falhar? Comigo que tinha tantos sentimentos para lhe dar vida, para que juntos pudéssemos revelar nossas essências ao mundo? Mas que traição amarga. Antes eu tivesse te perdido! Pelo menos guardaria apenas lembranças boas de você. E a certeza de que você nunca falharia comigo.
Mas ainda sim, por um tempo, eu ainda insisto. "Deve ser algo passageiro", eu penso. E insisto em você. Entendo que com mais esforço meu você se daria para mim novamente. E assim o faço. Até que me percebo em tentativas desesperadas de fazer algo sair de você para me satisfazer. "O que estou fazendo?", me perguntei. Vocês não queria mais, não por mim. A hora de eu parar de insistir em algo que não voltaria já estava na cara há muito tempo. E com os sentimentos lindos que eu tinha transformados em dor no meu peito, tive que desistir de você. Você já não era mais a caneta que eu confiava e queria. Esta era aquela que me daria tudo que estava dentro de você, nunca me falharia. Mas você não era mais essa... caneta(!).
Olhei sua carga contra a luz e vi que você ainda estava repleta daquilo que queria de ti. Mas que desilusão. O problema não era você. Era só comigo! Só para mim que você não conseguia dar o que tinha dentro de si.
Agora sigo meu caminho, arrependida de não ter tentado com outra, de ter acreditado tão cegamente que apenas você já me seria mais do que o suficiente. Me pego olhando pros lado, procurando por alguém que me estenda a mão, oferecendo algo que substitua o que você não pode me dar. Não encontro ninguém. Começo a procurar dentre a multidão de rostos desconhecidos do centro da cidade alguém que me parece ter cara de quem tem ... caneta(!). para me oferecer, e aliviar assim meu coração comprimido, já apertado. tantos são os sentimentos que só se acumulam mais e não posso exteriorizar (graças a você!).
"Céus, devo estar viciada em demonstrar sentimentos! À que ponto cheguei?", eu percbo. Decido então que isto já era demais. Eu não podia ser assim. Preciso ser independente... de canetas(!)! Resolvo deixar o tempo passar, e manter a esperança de que mais a frente (na Central do Brasil) eu encontrarei a caneta certa, e ter certeza de que está não me falhará. Só preciso esperar essa imensa avenida passar, para chegar neste momento. Mas a cada prédio que passa minha ansiedade só aumenta.
Enfim chego na Central. Procuro ansosamente por aquele que vai me fornecer uma nova possibilidade. Mas ele nunca apareceria. Meu ônibus parte e meu trajeto segue. Eu não entende. Eu aguardei... Porque não encontrar algo que me permita exteriorizar bons sentimentos novamente?
Desiludida, sem mais esperanças....
Até que te vejo novamente ali. Não entendo o porque, mas apesar de você não sentir mais vontade de fazer por mim o que fazia antes, e agora que eu já havia aceitado isso, você ainda está ali. De uma maneira diferente, mas está. Ao meu lado. Começo então a escrever com você novamente. em compromissos, sem expectativas de que você também escreva. No começo, de fato você não me dá nada. Mas como eu já esperava por isso, e não me doía mais pois já tinha aceitado este fato, continuo escrevendo. Não quis expor nenhum sentimento com você. Apenas uma troca de palavras normais, sem cargas emocionais. Depois de algumas linhas, você começa a ser recíproca. Como eu já estava conformada, não me empolgo. Sei que mais cedo ou mais tarde você falhará novamente. Você falha, como eu esperava. Mas foram falhas menores. De pouco em pouco falha cada vez menos. Até não falhar mais, e se dar por completo para mim novamente. Não crio esperanças em cima disto. Sei que a qualquer momento você pode falhar novamente, uma vez que já sei que você tem essa capacidade, ou mesmo simplesmente não querer ser dar mais para mim. Por enquanto vou escrevendo sem compromissos. Quem sabe com o tempo você me prova que desta vez não falhará mais?

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

É justo?

Venho pensando se as coisas são justas em nossa sociedade.
É justo ganhar o menor salário quem trabalha mais?
É justo os que mais dissertam e analisam o amor serem os que, na luta para conhecê-lo na prática, tenham mais dificuldade?
É justo as músicas e livros com conteúdos que menos acrescentam serem os que agradam mais?
É justo, com tanta injustiça no mundo, que eu só me pergunte se são justos os meus draminhas pessoais?

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Aliteration Odyssey

It's time to start stating a new stage
Feeling fresh new, fighting for going forth
Wishing I were willing, like a wondering wave
Showing no shame I'd shout "I will reach the shore!"

Sibilant sounds swept something inside out my soul.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Procura-se Experiência

Procura-se experiência. Experiência de vida, por favor. No sentido de sabedoria, antes que meus queridos leitores pensem que minha mente confusa está cambiando para outros caminhos.

Procuro por experiência de vida. Mas não me venha com experiências a serem vividas, para que eu cresça com elas e me torne alguém melhor. Daquelas que nos servem depois de superadas, mas que antes parecem impossíveis de se sobreviver. Já tenho alguns destes executáveis rodando em meu sistema neste momento. Por isto mesmo procuro por experiências de vida. Quero uma experiência pronta, já vivida, superada, fast-junk-food.

Aceito versões em chip, pen-drive, ou mesmo em disquete 8" tá servindo. Qualquer coisa que implemente em meu sistema emotivo a sabedoria que se conquista após momentos difíceis. Mas sem que eu tenha que passar por estes momentos em si. Já disse, destas já estou tendo bastante no momento. E como meu processador é meio lento, estes executáveis estão me travando, dando pane geral que não tem ctrl+alt+del que resolva. Infelizmente não tem como dar ctrl+alt+del na vida. Por isto estou procurando por esta versão mais leve para meu sistema, só com os resultados, só com as soluções.

E não me venham com experiências meia-boca. Destas que não se tira nada, e algum tempo depois o usuário comete os mesmos... atos. Ponho no PROCON quem me vier com esta. Muito menos me venham com aquelas em que se mantém a eterna esperança de que no final vai ficar tudo bem, e de tanto pensar nisso essa hora nunca chega. Ponho no PROCON tb, e mais rápido ainda. Eu quero só o tudo bem, e agora. Quero que a sensação de que o pior já passou. A sensação de que a dor, a raiva e a melancolia já se esvaíram. A sensação de que já estou bem, que já renasci, que já segui em frente e voltei a ser feliz.

Mas caso esta esteja em falta no mercado, como estou suspeitando, pode me enviar a experiência padrão mesmo. Aquela que requisita esta extração de arquivos que é passar por ela, para que somente depois a sabedoria e a sensação de bem estar sejam instaladas. Mas, já que estou comprando algo que já tenho só para evitar que meu sistema emotivo expire, ela poderia vir com um acelerador de tempo de brinde?


Dedicado a algumas pessoas especiais que estão me mostrando que no final eu vai ficar tudo bem e que com isso tudo eu vou crescer. Obrigada de verdade.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Como Eu o Amo

Uma amizade desde sempre. Desde sempre e para sempre. Infinita como o carinho que eu nutria. Sempre lá e eu nunca vi. E, de repente, então eu digo: "Como?? Eu o amo?"

E a dúvida pairece. Da dúvida vem a certeza. Da certeza a percepção do sentimento que sempre esteve ali. Com a percepção a explosão de tudo que sempre esteve guardado. Um turbilhão de sentimentos. E, de repente, então eu digo: "Como eu o amo!"

A partir de então percebo o sentido das coisas que nos cercam. Os filmes românticos são bobos, mas intrinsecamente gostamos porque é exatamente como nos sentimos. Bobos alegres. As músicas... o que antes era só um ritmo, uma melodia a ser cantarolada, passa a fazer todo o sentido aos nossos olhos e ouvidos. Viram poesia. Filosofia. Passo a me sentir uma igual aos autores. Vejo que o que sinto é o mesmo que eles descrevem. E, de repente, então eu digo: "Como eu o amo."

Mas o amor é sentimento frágil. Era vidro e se quebrou. E passa tudo. O que sempre esteve não está mais. O que estava preso e explodira, virou cinzas, desintegrou-se. O que era igual tornou-se completamente diferente. E, de repente, então eu digo: "Como eu o amo?"

Escrever é o melhor remédio

ou A Escrita Como Utilitário Para Não Gastar Dinheiro Com Psicólogo.

Hard times people... Really hard times....

Cansada de alugar o ouvido dos meus amigos e numa tentativa de esquecer as coisas ruins e seguir em frente, comecei a escrever. Sempre me disseram que eu escrevia bem (mesmo que eu não acredite muito nisso). Além disso, como universitária em letras, talvez já devia ter muita coisa escrita há muito tempo. Até porque, quando estou distraída (ou mesmo ocupada), tenho um frissom incontrolável de raviscar palavras num papel. Mas nunca tinha o que escrever. Agora eu tenho.

Por muito tempo quis retomar minha jornada no mundo da dissertação escrita (bonito termo pra definir escrita como remédio para a falta do que fazer, né?), porém a falta de tempo, e com o tempo o medo de já não ter a mesma prática de antes, me desviaram desta retomada. Hoje estou de volta. Não sei se superei estes bloqueios. Pode ser que eu poste umas duas vezes aqui e largue mão deste espaço, tornando-o mais um dos muitos domínios fantasmas do mundo virtual. Mas não vamos pensar nisso agora, né?

Não quero pensar no futuro para nenhum aspecto da minha vida neste momento. Porque descobri que até as coisas que parecem mais certas estão sujeitas a mudanças. Podem ser mudanças para pior ou para melhor, nunca se sabe. Mas o que é certo é que a única coisa certa é a incerteza da vida. Por via das dúvidas, prefiro pensar só no hoje por enquanto (para variar um pouco!), viver um dia de cada vez, e curtir cada dia de cada vez. Afinal de contas, ao planejar ocupamos o tempo em que deveríamos viver. E aí o futuro vira presente sem que pecebamos e logo em seguida já virou passado. E aí não há mais nada a ser feito.

Então Enjoy The Blog !

E como já dizia Chuck Noland, o famoso personagem de Tom Hanks em O Náufrago, "Amanhã é dia de continuar respirando, pois nunca se sabe o que a maré irá trazer".