Existem dois tipos de pedra o ouro e o ouro de tolo. E antes de começar nossa estória, preciso definí-las.
O ouro é pedra rara. É pedra rica. Pode trazer a um homem tudo o que ele sonhou e um pouco mais, se ele tiver a sorte de encontrá-lo ou conquistá-lo. Tem brilho próprio. O sol pode acentuá-lo, mas seu brilho é próprio. Já o ouro de tolo te enche de esperanças falsas. O homem que o encontra, a princípio, fica todo empolgado. Pensa nas novas oportunidades e situações que se abrirão em sua vida com aquele ouro, que até então ele não sabe que é de tolo. Mas ouro de tolo não é ouro. A principio podem parecer bem similares. O ouro de tolo pode até mesmo parecer mais valioso, dependendo da intesidade da luz do sol sobre a qual ele se mostrar. Mas ouro de tolo não tem brilho próprio. Ele só suga a luz do sol, a reflete. É só uma imitação do que é belo, quando não é. Fingindo ser mais valioso que o ouro verdadeiro quando não é. Fingindo ser tudo que aquele que o encontrou queria, quando não é. Não tem valor próprio, não tem brilho próprio. É tudo falso nele, tudo ilusão. Na verdade, não passa de uma pedrinha vagabunda e ordinária, dessas que se encontra na rua, em qualquer esquina.
O ouro de verdade dura muito mais do que uma vida inteira. Já o ouro de tolo dura pouquíssimo tempo. Em pouco tempo seu verdadeiro caráter é descoberto e o tolo se desfaz dele. E assim o ouro de tolo segue seu destino errante, passando de mão em mão, de tolo em tolo, e sempre sendo dispensado assim que sua verdadeira identidade é descoberta. Uns percebem logo e na mesma hora o descartam. Outros são mais tolos e demoram um pouco mais. Mas também não muito mais. Eu tenho pena do ouro de tolo, coitado, pela sua triste sina que vai se seguir pelo resto de sua vida. Mas que fazer se está é sua índole, inventar e enganar, em vez de ser?
Vamos à nossa estória então. Era uma vez um garimpeiro. Ele encontrou uma pepita de ouro. Durante muito tempo soube o quanto tinha sorte, e o quanto o ouro já estava lhe dando e tudo que ele ainda poderia lhe dar. Mas um belo dia ele encontrou um ouro de tolo. O ouro de tolo tinha se posicionado estratégicamente para que a luz do sol o detacasse aos olhos do garimpeiro. O garimpeiro, ante aquele brilho todo, ficou momentaneamente cego. Sua ganância foi tanta, que viu no ouro de tolo até mais brilho o que o ouro de tolo fingia à luz do sol. Julgou então que a pepita de ouro que tinha em casa, que já lhe dava tanto e a tanto tempo, não poderia lhe dar tanto comparado àquela nova pedra. Ainda parou pra pensar por um tempinho, mas a ganância e a cegueira que o ouro de tolo lhe causara logo o levaram a decidir por dispensar sua pepita de ouro verdadeiro por aquela pedra. E achou durante um tempo aquela fora a melhor escolha que poderia ter feito.
Até que um dia levou seu ouro de tolo a um avaliador. Descobriu então que o ouro de tolo não valia nada. Ficou desiludido e de coração partido. Lembrou-se então da pepita que havia jogado fora. Será que ainda poderia reencontrá-la, recuperá-la? Neste momento chega ao avaliador um outro garimpeiro, pulando de felicidade. Para a surpresa de nosso amigo garimpeiro, este tinha em suas mãos aquela pepita, a sua pepita. O avaliador a analisa e logo anuncia ao outro o homem de sorte que ele era, pois nunca tinha visto em tantos anos naquele serviço tanto valor e raridade numa única pepita. O segundo garimpeiro saiu agarrado com sua pepita, pois sabendo o valor que tinha, nunca a deixaria lhe escapar. E o nosso amigo saiu da loja sabendo o tolo que era, pois perdera a maior e melhor oportunidade de sua vida, que estava em suas mão e ele optara por deixar escapar, por uma ilusão momentânea.
segunda-feira, 23 de março de 2009
O Conto do Garipeiro
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5 comentários:
Você sabe q adoro esse texto ne???
E acho bom esse novo garimpeiro cuidar bem dessa pepita...
MAs acho que ele nao precisa de avaliador...
Vou t falar q qndo escrevi esse texto achava q esse garimpeiro nem existiria. Aih só escrevi o texto com esse final pra me aliviar um pouco, pelo menos no texto, já q na vida real achava q isso nao aconteceria....
Como são as coisas nao? rsrs
Mas eu acho q esse novo garimpeiro vai cuidar bem sim, rsrrsrs
Olha, Luciana, não é por nada nao, mas tenho certeza de que esse novo garimpeiro cuidará mto bem dela, pois, como disse a Fernanda, ele não precisa de avaliador, já que sabe muito bem que encontrou uma pedra rara (única). Este já viu de perto esses ouros de tolo e conhece o pouco valor que têm.
*.*
aaaah....fiquei toda boba agora, rsrsrs. Eu tb tenho essa certeza Renan. Na verdade acho q até mesmo a propria pepita vai saber valorizar este garimpeiro, e dará a ele td q ela puder, por saber q este é genuinamente merecedor...
E lá vou eu... novamente.. de vela... rsrsrs zoa
Bem legal esse texto. Delicado e de bom gosto. E deu pra viajar um pouquiinho nas idééias...
Enfim, enquanto não encontro a pepita certa, vou me divertindo com as erradas xD
Se eu a encontrar, já que vcs entendem bem de ouro, me arranjem umas alianças, ok? ^^
Depois passem lá lo blog, tem umas postagens bem loucas que eu gostaria de ter opiniões...
Beijo!
vende4.blogspot.com
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